A arte de sofrer

sábado, 24 de setembro de 2011

Como encontrar sentido na vida quando as coisas começam a dá errado? Como continuar acreditando que a vida é bela e feliz, quando às vezes as realidades nos impõem momentos tristes e doloridos? Se, o que temos de mais precisoso é a vida, e que é dom maior de Deus para nós, porquê e para quê, o sofrimento existe tornando esta vida muitas vezes um peso? São perguntas que todos os dias estão sendo feitas por tantas pessoas que convivem com a dor e com o sofrimento. Ambos, os forçam a cobrar e a querer respostas prontas que expliquem os "porquês", que muitas a vezes sãos as suas únicas interpelações.  

Sem dúvida, o sofrimento não nos condiciona a ver beleza e encanto numa vida sofrida, contudo, o sofrimento nos possibilita encontrar sentido na dor quando o enxergamos com os olhos da confiança e da esperança. "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus", assim disse São Paulo, escrevendo aos romanos.

O sofrimento é uma realidade, que quando encarado numa perspectiva de ressurreição, nos revela e nos ensina que a vida é bela e preciosa. Que por mais que ele seja intenso na vida do ser humano, é possível vê-lo como uma "arte", como algo positivo. É difícil encontrar arte e beleza na condição triste de uma pessoa, que grita em cima de uma cama de hospital com muita dor? Na hora é quase impossível, porém, a fé e o tempo torna possível na medida em que nos abrimos para além do negativo.      

É preciso voltar-se para Deus para que sejamos capazes de ver no sofrimento e na dor um "sentido salvífico". Jesus veio nos provar essa verdade: que por meio da dor e do calvário é que adquirimos o sentido pleno da nossa existência, a ressurreição.

É válido salientar que o homem na sua condição humana, não está isento ao sofrimento. O Beato João Paulo II, na sua incíclica "Salvifici doloris", diz que: "O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem; é um daqueles pontos em que o homem está, em certo sentido, 'destinado' a superar-se a si mesmo; e é chamado de modo misterioso a fazer esta experiência". É como se fosse algo inerente à sua condição.

Precisamos crê na redenção que o sofrimento nos proporciona. Por mais que seja tormentuoso passar pelo sofrimento, não podemos esquecer ele é uma via que nos leva a uma felicidade experimentada e basilada no concreto da nossa vida.

"Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada" (Rm 8,18).

Seminarista
Gilmar Loiola

0 comentários:

Postar um comentário

 
A esperança não decepciona © 2011 | Desenvolvido por fsp, Gilmar Rodrigues LoiolaGilmar Loiola, Diocese de Juazeiro ... 50 anos